Violência

'Despreparo', dispara Lula sobre morte de menino na Cidade de Deus

Presidente fez declaração durante agenda no Rio

Imagem ilustrativa da imagem 'Despreparo', dispara Lula sobre morte de menino na Cidade de Deus
|  Foto: Reprodução/Audiovisual/PR
 

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a morte do adolescente Thiago Menezes Flausino, baleado em uma operação da Polícia Militar, na madrugada de segunda-feira (7), foi um 'despreparo'.

“Que nunca aconteça o que aconteceu com o menino de 16 anos [Thiago tinha 13], que foi assassinado por um policial despreparado ou irresponsável”, afirmou Lula, nesta quinta-feira (10).

A declaração ocorreu durante evento no Rio de Janeiro para anúncio de investimentos em mobilidade urbana na cidade. O pacote soma R$ 2,6 bilhões.

Leia+: 'Coração bondoso', diz escola de jovem morto na CDD

Leia+: Cem crianças foram mortas por tiros no Rio desde 2007, diz ONG

Leia+: PM retira do ar postagem que criminalizava adolescente morto no Rio

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Luiz Inácio Lula da Silva (@lulaoficial)

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), e o Ministério Público também abriu uma investigação sobre a morte de Thiago.

“A gente não pode culpar a polícia, mas a gente tem que dizer que um cidadão que atira num menino que já estava caído é um irresponsável e não estava preparado do ponto de vista psicológico para ser policial”, destacou o presidente.

Ele continuou dizendo que é necessário criar condições favoráveis para que as forças de segurança atuem.

"Nós precisamos criar condições de a polícia ser eficaz, de a polícia ser pronta para combater o crime. Mas, ao mesmo tempo, essa polícia tem que saber diferenciar o que é um bandido e que é o pobre que anda na rua”, afirmou Lula.

O presidente destacou que a polícia “tem que estar bem formada” e que não está “jogando a culpa em nenhum governador”.

“O governo federal tem que assumir a responsabilidade de ajudar os governadores no combate à violência. Porque o crime organizado está tomando conta do país”, emendou.

O caso

Um adolescente, de 13 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (7), durante uma operação da Polícia Militar na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. Os moradores do local acusam os policiais militares pela morte de Thiago Menezes Flausino.

De acordo com a família do adolescente, os militares entraram na comunidade atirando. Nas redes sociais, a corporação inicialmente relatou que "um criminoso ficou ferido ao entrar em confronto" com os agentes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq). No entanto, a versão dos acontecimentos foi posteriormente atualizada por meio de um comunicado oficial.

Segundo a Polícia Militar, os policiais do BPChq estavam realizando patrulhamento quando, na esquina da Estrada Marechal Miguel Salazar com a Rua Geremias, foram alvo de disparos efetuados por dois indivíduos em uma motocicleta. Em resposta ao ataque, ocorreu um confronto armado e “após confronto, um adolescente foi encontrado atingido e não resistiu aos ferimentos". 

No local da ocorrência, foi apreendida uma pistola calibre 9mm. A área foi isolada e a Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada para investigar o caso. O comando da Polícia Militar informou que já iniciou um procedimento interno para analisar as circunstâncias do ocorrido e está colaborando integralmente com as investigações conduzidas pela Polícia Civil.

Priscila Menezes, mãe do menino, explicou sobre a perda do filho.

“Era carinhoso comigo, com as irmãs, vão ficar só as lembranças dele. Adorava cantar em casa, cantava muito que a gente até brigava com ela. Uma criança de 13 anos só, com um futuro pela frente, sonhava em ser jogador de futebol. Quero ficar só com as lembranças dele vivo na minha cabeça. Nunca imaginei passar por isso. Era indefeso, magro, não estava armado e nem era traficante. Ele era uma criança que gostava de curtir e jogar bola. Covardia o que fizeram com meu filho”, contou.

< Liberação de boate vira jogo de empurra entre autoridades Abuso contra animais perto de ter pena mais rígida; entenda <